Bem-vindo ao mundo dos milionários!

Capítulo 1

O Dinheiro

Você já se perguntou o que é o dinheiro? A resposta deveria ser simples, mas no nosso país ela se torna complexa, devido à ampla gama de questões culturais que foram inseridas no nosso inconsciente quando o assunto é dinheiro. Gosto de definir o dinheiro da seguinte forma:

O dinheiro é um valor impresso ou digital dentro do sistema financeiro, que transforma seus esforços (trabalho) em frações numéricas exatas para serem trocadas por produtos ou serviços.

Neste ponto, você deve se perguntar por que minha definição de dinheiro inclui as palavras “esforços” e “trabalho”, sendo que poderia apenas usar a definição de dinheiro, do dicionário online Houaiss do site uol, por exemplo, que diz, dentre mais informações menos convenientes para o momento: “Dinheiro = meio de troca convencional, na forma de moedas ou cédulas, na compra de bens, serviços, força de trabalho, divisas estrangeiras ou nas demais transações financeiras, emitido e controlado pelo governo de cada país, que é o único que pode emiti-lo e fixar seu valor.”

Repare que, em minha definição, associo as palavras esforços e trabalho com o ganho do dinheiro em si, enquanto que o dicionário (e a maioria das pessoas) associam as mesmas palavras com seu gasto.

Complete a frase: Dinheiro foi feito para …

Se você usou a palavra “gastar”, você faz parte da imensa maioria que tem esse comando enraizado no inconsciente. Logo, ao ter o dinheiro na mão, muitas vezes se sente aflito(a) procurando onde torrá-lo. Mas não se preocupe agora, falaremos disso mais adiante na questão sobre os mitos e dogmas do dinheiro.

O dinheiro surgiu, antigamente, para substituir o escambo – a troca – como principal forma de negociação na economia por ser mais prático, fácil de carregar e usar. Já imaginou se, no mundo moderno em que vivemos, um criador de frangos que quisesse comprar um carro levasse um caminhão carregado com suas aves até uma concessionária para fazer a troca e sair de lá com o mesmo? Imagine a cena e o cheiro que ficaria no ambiente! Pois bem, não daria mais certo nos dias de hoje.

De forma simplista, o dinheiro é o resultado da medição e do fracionamento da riqueza de cada país. Os governos, então, produzem e imprimem esse valor ou parte dele em papel moeda ou de forma digital e colocam-no em circulação para que a população possa fazer uso da forma mais conveniente e civilizada.

O mais engraçado de tudo é que eu costumo dizer que o dinheiro é a mentira que o mundo precisa acreditar para funcionar, pois o que lhe dá valor é você acreditar que ele vale. Sim, você leu certo! Se as pessoas não acreditarem que aquele papel impresso tem valor, ele de fato não tem, pois valeria o mesmo que um panfleto de propaganda. Antigamente, na teoria, ao imprimir o dinheiro, os governos deveriam ter um lastro equivalente, normalmente em ouro, que garantisse de forma intrínseca que aquele papel impresso tinha valor. É como se, no fundo, os governos dissessem assim: Se tudo der errado, você vai até os bancos (sistema financeiro), entrega seu papel moeda impresso e leva seu metal precioso (ouro) para a casa, a fim de fazer uso da maneira que desejar. Não sei você leitor, mas num cenário apocalíptico, eu preferiria o frango do exemplo da concessionária, que me daria ovo e carne ao ter que andar com um colar de ouro por aí. Acontece que, hoje em dia, o tal ouro não mais existe na mesma proporção do dinheiro nos cofres dos governos mundo a fora! (pelo menos não de todos). Entendeu a questão?

O Dinheiro em si é apenas um papel impresso que não vale de nada, a menos que carregue de forma intrínseca um valor financeiro. Se esse sistema financeiro governamental falir, o tal papel não vale para mais nada a não ser fazer uma fogueira ou outro uso qualquer que sua imaginação mandar. Veja, não quero confundir a cabeça de vocês em um livro sobre como ganhar o primeiro milhão dizendo que o dinheiro não vale nada. Pelo contrário! Em um sistema financeiro sadio é o que mais irá importar. Chamo a atenção para isso porque recomendo, fortemente, para aqueles que desejam obter seu primeiro milhão, que entendam um mínimo de questões macroeconômicas e de sua relação com as questões políticas e geopolíticas, pois uma guinada errada na direção da economia de um país pode fazer com que todo o dinheiro que você acumulou em sua vida desapareça, comido por um golpe, um confisco ou um bichinho chamado inflação, por exemplo.

Escrevo este livro em 2018 e, atualmente, posso citar o caso da Venezuela, onde o dinheiro carrega um valor impresso que perde valor tão rápido (por questões políticas e econômicas) que para tentar remediar, o governo emite mais dinheiro, inundando o sistema financeiro com dinheiro “podre”, o que alimenta ainda mais a inflação, fazendo com que o dinheiro (desvalorizado) seja pesado em balanças no comércio porque dá menos trabalho do que contá-lo. Já imaginou este caos? Um milionário tem que ter conhecimento ou assessoria profissional suficiente para saber o que fazer para se proteger ou lucrar em qualquer cenário, pois é possível.

Então, qual o ponto? O ponto é que muitos costumam ver o dinheiro como um “papel mágico” que existe para ser usado, gasto, desperdiçado, e não como um meio que carrega o valor dos seus sagrados esforços de trabalho e que deve ser respeitado, controlado e multiplicado para que, aí sim, possa dar uma qualidade de vida plena e feliz ao seu dono.

Se você vê o seu dinheiro como a maioria vê, se você não der o devido valor ao uso do seu dinheiro, se não pensar no seu dinheiro como “sagrado”, uma vez que ele carrega o valor do que você produz com seus maiores esforços, associado ao que você tem de mais precioso que é seu tempo, se não acumular riqueza e patrimônio, você estará se afastando, dia após dia, de ser um milionário e ficando, cada vez mais, longe desse objetivo.

Sendo assim, se na hora do impulso incontrolável de torrar seu dinheiro, você deixar de enxergá-lo como um simples papel que troca de mãos e passar a vê-lo como o meio que carrega uma fatia do imenso esforço que você fez para adquiri-lo – ao pegar o ônibus lotado para ir trabalhar, aguentar seu cliente ou chefe chato, pelas horas de sono ou diversão perdidas, ou utilizando qualquer outra dificuldade que você tenha tido no processo para ganhá-lo – você com certeza terá dó de torrar seu rico dinheirinho com banalidades e pensará em seu patrimônio.

Com essa simples mudança na forma de ver e se relacionar com seu dinheiro, você entenderá que quanto mais se acumula, mais terá no futuro. Após atingir seus objetivos e metas, verá a parte mais gostosa do resultado desse esforço todo que é ter dinheiro caindo em sua conta, independentemente de você ter que trabalhar mais para que isso aconteça. Nesse ponto, quando as pessoas ganham mais do gastam com seu custo de vida, elas podem até ser dar ao luxo de, eventualmente, fazer qualquer extravagância com o que sobra, porque, afinal, no mês que vem terá mais e mais.

Aprenda a gostar do seu dinheiro, respeitá-lo e a não deixar passar qualquer situação que ofereça novos ganhos ou que diminua seus custos recorrentes. Para isso, a disciplina e a atenção às oportunidades devem ser mantidas e ligadas o tempo todo para que você não corra o risco de não as perceber quando elas se apresentarem.

Hoje, a tecnologia oferece muita praticidade e facilidade, podendo ser uma boa fonte de recursos para oferecer ajuda na otimização de suas contas. Você pode, por exemplo, dividir custos para ir trabalhar de carro com aplicativos de carona; comer em restaurantes onde o aplicativo do celular devolve parte do que gastou; utilizar as milhas do cartão de crédito para trocar por produtos e serviços; comprar em sites de compras coletivas etc.

Você terá que agir sem se importar com o que os outros pensam, não espere por permissão ou aprovação de ninguém, pois infelizmente se você disser por aí que gosta de dinheiro, encontrará muitas pessoas que o julgarão dizendo que dinheiro é sujo, coisa do satanás ou qualquer baboseira similar que o faça se sentir mal. Simplesmente, ignore-as e mantenha-se no foco, em seus objetivos. Como diz o dito popular, para apontar e criticar tem um monte de gente, mas para ajudar não aparece ninguém. Não se abale nunca!

Tenha em mente que gostar de dinheiro tem tudo a ver com ambição saudável em busca de prosperidade, metas e objetivos de crescimento pessoal e financeiro, qualidade de vida, honestidade, felicidade, saúde, realizações, segurança e tudo de bom que ele pode oferecer. Agora, tenha em mente também que gostar de dinheiro não tem absolutamente nada a ver, em hipótese nenhuma, com maus comportamentos como desonestidade, inveja, cobiça, ganância ou outros comportamentos ruins que são do ser humano e não do dinheiro.

Use dos meios e dos sentimentos corretos e não tenha nenhuma vergonha em gostar do dinheiro, pois só assim ele gostará de você também. Lembre-se que o dinheiro não leva desaforo para casa. Se você tratá-lo de forma errada, ele some e nem olha para trás para dar tchau; mas se você tratá-lo bem, ele permanecerá e se multiplicará o tempo todo a sua volta.